domingo, 30 de março de 2008

INCERTEZAS




Se o amo? Não sei...

Só sei que eu o sinto,

como se aqui estivesse

e me furtasse a alma,

e me fizesse perder a calma,

e me esculpisse a pele,

e me fizesse Vênus,

nascida da força

desse provável amor.


Sinto-o em mim,

nessas manhãs tardias

em que o sol se demora,

como para manter a penumbra

onde nosso amor se aconchegará,

lento, ocioso e quente.


Sinto-o sempre,

e esse constante sentir

o transforma em presença,

tão forte que percebo seus braços

a me enlaçar, dando-me abrigo,

e sinto seu desejo intenso

de ficar sempre comigo.


Nem mais sei se o sinto,

se está mesmo presente

ou se deixei de ser eu mesma,

para beber em sua boca

o alimento da minha vida inteira.


Se o amo? Talvez...

Mas a certeza que tenho

é que miro o céu e o alcanço,

sonhando com suas carícias,

com seu toque suave,

a me deixar louca,

e com a doçura voraz de sua boca...


Flor Poeta

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