Se o amo? Não sei...
Só sei que eu o sinto,
como se aqui estivesse
e me furtasse a alma,
e me fizesse perder a calma,
e me esculpisse a pele,
e me fizesse Vênus,
nascida da força
desse provável amor.
Sinto-o em mim,
nessas manhãs tardias
em que o sol se demora,
como para manter a penumbra
onde nosso amor se aconchegará,
lento, ocioso e quente.
Sinto-o sempre,
e esse constante sentir
o transforma em presença,
tão forte que percebo seus braços
a me enlaçar, dando-me abrigo,
e sinto seu desejo intenso
de ficar sempre comigo.
Nem mais sei se o sinto,
se está mesmo presente
ou se deixei de ser eu mesma,
para beber em sua boca
o alimento da minha vida inteira.
Se o amo? Talvez...
Mas a certeza que tenho
é que miro o céu e o alcanço,
sonhando com suas carícias,
com seu toque suave,
a me deixar louca,
e com a doçura voraz de sua boca...
Flor Poeta
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