domingo, 30 de março de 2008

PERDIÇÃO





E perderam-se naquele beijo...


Perderam-se porque já não sabiam de si, nem de mais nada que os rodeava...

O mundo parou, a vida se calou.


Apenas sentiam aquele deslizar de línguas por todo o corpo ávido, na pele que desejou sentir aquele sabor, aquele cheiro, causando torpor, incitando devaneios...


Ansiosos, aguardaram pelos suspiros que se foram delineando em seu imaginário, e agora podiam ser ouvidos, na realidade do momento, aquela mesma que nenhum sonho consegue alcançar...


E todo esse clima os fez divagar pelo mundo dos sentidos, os tornou um só, corpos unidos por lábios, por línguas, por peles, por sexos, na total entrega de almas.


A expressão forte, tão presente nos olhares, exterminava qualquer réstia de fôlego que ainda pudesse escapar, e as mãos, estas passeavam por toda a extensão dos corpos, por cada poro, e pareciam querer reter tudo, e guardar para si toda aquela magia...


O instante em que se perderam foi o mesmo em que se encontraram, foi o mesmo em que se entregaram um ao outro, e foi o único, o eterno, a etérea perdição dos amantes...


Flor Poeta

Um comentário:

Justo Correto disse...

Muito belo...
Muito sensual ...
Proibido para quem está com saudades !

Parabéns,
Alberto Leal