Usando tinta dourada
a cor da mais alta nobreza
escreva em minha pele clara
um poema de rara beleza
faça versos em meu corpo
começando pela nuca
rimas descendo pelas costas
deixando as palavras expostas
transforme meu corpo em livro
matéria-prima da criação
com páginas de puro prazer
extasiando a imaginação
páginas macias e frescas
esperando pelos versos
na barriga faça sonetos
que viajem por universos
aqui, em meu corpo-livro
não há limites nem censura
aqui podem ser escritos
poemas de amor e ternura
também aceito em minha pele
o erotismo bem rimado
a demonstração em palavras
do êxtase do ser amado
e depois de percorrer
cada milímetro de pele
a escrever belos versos
marcando meu corpo de leve
quero que este corpo-poema
seja pressionado contra o seu
num deleite de amor e sexo
sem vocabulário e sem nexo
para carimbar em sua pele
cada verso que em mim escreveu...
* Poema inspirado no filme "O LIVRO DE CABECEIRA: O LIVROCORPO"
(The Pillow Book) de Peter Greenaway e nas obras da poetisa japonesa Sei Shonagon.
Flor Poeta
Nenhum comentário:
Postar um comentário