domingo, 14 de setembro de 2008

Doce tortura





Suas carícias, feito lâminas leves


torturam, arranham minha pele...


rasgo a tarde em gemidos breves...



Flor Poeta

EXPECTATIVA




Trago em mim


incontáveis desejos


a ansiedade por seus beijos


o amor feito em sonhos


por tantas e tantas vezes


com ternura e muito tesão


seu gosto em minha boca


sem nunca tê-lo provado


é um sintoma de minha paixão


observe meu sorriso


de quem espera pelo amante


da forma mais doce e mais quente


a pele dominada pelo arrepio


os lábios abertos, no corpo o cio


a expectativa de um beijo ardente


em minha nudez, ainda não vista


guardo o anseio de senti-lo por inteiro


corpo, alma, suor e desejos...


Flor Poeta

CONCEPÇÃO



Faço de meu poema

uma coisa delicada e fina

concebo uma estrofe menina

pronta para vir ao mundo


uma síntese de algo mais profundo

que engloba motivos diversos

e se possa dizer em simples versos

tudo o que já sabem os poetas


mas que ocultam no âmago do ser

as palavras tão cheias de magia

gestando com calma a poesia

alimentada por sensações

colhidas no dia a dia


Esse poema nascerá na hora certa

brindando à vida e à alma do poeta...



Flor Poeta

Um poema que seduz



Vem, poeta dos desejos

deitar teus sonhos todos

no colo sensual de meu poema

e receber cada um de meus beijos

que te esperam há muito tempo

guardados em versos

em meus lábios serenos


Vem me dar o prazer

de navegar em teu corpo

e realizar os sonhos mais loucos

tão íntimos, tão nossos

em momentos de êxtase total

em delírios de um gozo animal


Sou eu a própria poesia

que te envolve e te seduz

e faz rimas em cada espaço

de teu corpo repleto de luz

e te envolve num abraço

incorporando-te ao poema

numa fusão de almas plenas


És agora parte de mim

poeta e poesia,

a fusão da paixão

unidos estamos,

num gozo sem fim...

RECRIAÇÃO DO AMOR



Reinvento o amor

e ele reverterá as sombras

tecedo novas cores

em dias de sonhos e sabores


Esse amor que alimento

se refaz a cada dia

em cada beijo que dorme

na paz de meus lábios serenos


O amor que eu recrio

é feito de alma e fantasia

de desequilíbrio e malícia

pois todo amor é meio equilibrista

e se sustém por um fio

às vezes no espaço vazio


Esse amor recém-nascido

de um outro amor já aflito

do desconcerto dos desejos

agora tem muito mais poder

de se doar por inteiro

que todo amor sabe doer

e voltar no tempo

a fim de se refazer


Por esse amor que recupero

deixo meu grito mais austero

e a semente de minha ilusão

ele mora nas palavras

que fluem de meu coração

nas lembranças mais amenas

na linha oscilante do querer

e renasce todo dia

a cada novo amanhecer...



Flor Poeta

DESPUDOR




Hoje as palavras me aparecem nuas

em versos despurados, em rimas cruas

abrindo-se em sorrisos provocantes

atiçando o desejo dos amantes


é o verbo que se despe por prazer

o poema construído na hora de amar

desse modo há o delírio, o gozar

que inspira a poeta a se desnudar

em versos, em vestes,

em alma, ao se doar...


Flor Poeta